Um dia, conversando com uma amiga que mora na cidade de Limeira, a Litha. Ela me mostrou algumas fotos do contrabaixo de 5 cordas que ganhou do pai. A princípio, o objetivo era apenas regular o instrumento, colocar cordas novas e deixar a tocabilidade mais confortável.
Olha como era o instrumento em questão:
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Marcamos um dia na escola, ela aproveitou para assistir aulas num sábado e trouxe o contrabaixo. (a Litha, aliás, é quem digitou a nossa apostila do curso básico para podermos...finalmente...digitalizar todo o conteúdo). Voltando ao baixo...tem mais fotos no flicker, os links estão no final da postagem.
No referido dia, apenas dei uma bisolhada rápida e pluguei-o num amplificador. Visualmente, o baixo estava bem judiado - pintura descascada - com uma cor sobreposta a outra. Ou seja, o mesmo já tinha sido reformado, mas de maneira bastante irregular. O pior quando a cor roxa é sobreposta pela cor branca - tinta automotiva com camada chinfrin de verniz. O que aconteceu é que as beiradas estavam descancando e partes do encaixe e da cavidade dos captadores também apresentavam danos significativos. A parte elétrica estava funcionando, porém a fiação, componentes e soldagens pecavam pela falta de organização e limpeza.
Um detalhe, não foi a Litha que detonou o baixo...ela já pegou ele assim "meio" capenga da loja que comprou e outras "gambis" foram feitas por um luthier da região...
E o som? Então... tava totalmente desajustado em termos de timbre. Na semana seguinte, dei uma bisbilhotada melhor e decidi reformar ele todo. Deixar tudo novo. E olha que eu curto instrumento desgastado, a lá relic...com aspecto vintage. Mas neste caso, não tava um visual bacanudo, sem nenhuma "vibe". Então...reforma já!
E quando decidi reformá-lo, era também para valorizar o instrumento!
Ai começou a saga...Primeiro, arranquei a parte elétrica, as peças, captadores - deixei o baixo "pelado" e comecei a remover a tinta... aliás, as duas tintas...primeiro o branco e depois o roxo da camada inferior...que era metalizado (até que era bonito, mas enjoativo).
E deixei corpo e braço na madeira crua. Conversei com a Litha e dei algumas sugestões de acabamento: preto translúcido ( a primeira escolha dela), preto brilhante, preto fosco, preto metálico, branco ( de novo)...ou natural. E nesse "vai vem"...ela decidiu pelo preto metálico.
Lógico que ela também citou cores que não queria: tipo rosa e verde! E decidido...pedi pro pintor colocar um pouco de glitter azul no acabamento metálico...e isso deixou o visual do baixo bem "GLAM"!!!
Arrancar o acabamento foi rápido....depois fiz o mesmo com o braço...e falando do dito cujo...arranquei os trastes que estavam gastos e descolando. E pra variar... o ajuste do tensor estava no "talo". Tive que trocar o bullet de ajuste do tensor e retificar a escala com o tensor no ponto zero. Assim, ganhamos mais regulagem.
Fiz uma infiltração numa rachadura perto da tarraxa da corda Si grave, fiz um nivelamento de trastes e mandei corpo e braço pra pintura.
Bom, depois de 3 semanas, o corpo e braço estavam comigo....no feriado de 12 de outubro, eu comecei a montá-lo. E meio que aos 40 minutos do segundo tempo, porque...dias 15 e 16 de outubro....levaria o baixo pra Litha e mostraria o instrumento durante meus workshops em Limeira e Rio Claro.
A cor nova (preto metálico) ficou muito boa. Resolvi fazer um escudo para o baixo. Já tinha desenhado e feito um molde e fiz 3 escudos diferentes - que a Litha poderá escolher e colocar de maneira simples (um dos lados fixo no rebaixo da escala na região do tróculo... e outro lado fixo com fita dupla face). Só dar uma olhadinha nos albuns do flicker...os links estão no final da postagem.
Headstock novo com tampa da cavidade de tensor.
O baixo todo reformado com cordas e correia personalizada ( de "oncinha", no melhor estilo "poser dos anos 80")...
Aproveitei as tarraxas, mas tive que substituir uma delas. Fiz uma nova tampa de cobertura da cavidade de ajuste do tensor, coloquei os mesmo captadores ( que originalmente estavam ligados passivos), mas mantive esse "status"...mas poderão ser modificados. Refiz toda a parte elétrica, troquei os potenciômetros e só mantive o jack original. A ponte original foi mantida, mas ficou 2 semanas sendo desinfectada e lubrificada...e troquei os knobs originais cromados por pretos. E instalei um strap-lock, encomendei uma correia estilo "oncinha poser". Em termos de ajuste, como a escala e os trastes estavam 777% perfeitos...tudo rápido e fácil.
Bom, além da pintura nova (que realmente ressuscitou o baixo)...o escudo foi a customização que deu um "up" no visual. As três opções de escudos também é algo diferente. Inclusive as tampas traseiras da parte elétrica também tem essas opções. O verniz brilhante no braço também valorizou bastante e o mais importante: a troca dos trastes, retífica da escala e reparo no tensor.
Olha o instrumento e a "dona" juntos novamente....o mais legal é saber que ela curtiu o visual novo do contrabaixo....
O pacote completo de fotos antes da reforma:
Fotos da restauração do tensor:
Mais fotos da reforma:
Fotos depois da pintura: