20/10/2011

Tudo se aproveita...já dizia o Lavoisier!

Eu acho muito mais fácil, construir um instrumento do "zero" (cortar as madeiras, utilizar os gabaritos para o processo e não perder muito tempo com cálculos e "gambiarras"). Ou seja, sigo uma cronologia lógica e utilizando uma boa quantidade de dispositivos - assim a mente trabalha em piloto automático. Mas são justamente as adaptações e customizações que nos obrigam a ser versáteis e criativos...E tem outra... acho que "criar" hoje em dia....é muito relativo! A metalinguagem do ofício luthierístico segue a risca o que disse Antoine Laurent Lavoisier: "na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" !!!!!!
Vocês concordam?
Neste caso...ou no caso desta guitarra... a "coisa toda" foi concebida com sobras, retalhos e partes abandonadas.
O corpo é de madeira poplar. Trata se de uma Jackson Tradicional com a famosa " piscina" ou "marmita" na parte central - para abrigar os captadores e outra cavidade padrão para inserção de tremolo do tipo Floyd Rose. Acho que era um corpo de reposição, que o fabricante envia para o representante (dealer) com fins de manutenção ou substituição. Paguei um preço módico e na verdade, a finalidade dessa aquisição seria para outro objetivo. Acreditem...iria adaptar esse corpo para ser um relógio de parede!!! Fiz o projeto e bolei os mecanismos...mas acabei comprando 3 corpos idênticos. Desta forma, decidi utilizar 2 corpos para guitarras de verdade e apenas um corpo para o tal do relógio.
Decidi fazer uma guitarra com listras a lá Eddie Van Halen, porém resolvi exagerar no conceito e utilizar peças que tinha disponíveis no meu estoque.
No corpo, tampei a cavidade da ponte enxertando pedaços de madeiras. Optei em não utilizar tremolo do tipo Floyd Rose, decidi utilizar a Wilkinson VS do tipo flutuante. Bolei as listras utilizando uma fita crepe e logo em seguida entreguei para o pintor.
Escolhi a cor amarela CET e as listras ficariam pretas...um encontro de Eddie Van Halen com Oz Fox (Stryper)! Mas o instrumento seria também chamado de "guitarra abelha", guitarra caterpillar, guitarra CET, guitarra Police Line don´t cross, etc...etc...
Enquanto o corpo estava na pintura, tinha que fazer o braço...E acabei encontrando 2 braços que estavam semi processados por mim. Coisa muito antiga - que abandonei por falta de tempo e falta de vontade de finalizar...
Fiz as medições com relação a ponte e um desses braços tinha a possibilidade de ser adaptado com medida de escala de 25 polegadas (similar a PRS). Mas com 24 trastes!
Retomei o processo do braço e finalizei em 3 dias ( não consecutivos). O corpo da guitarra veio e depois encaminhei o braço para a pintura.
Na foto acima, o corpo pintado e o escudo que decidi utilizar (preto perolado). Cortei um pedaço da chapa de acrílico e fiz um escudo tradicional...sem muita firula, bem típico!
Terminado a ergonomia do escudo, inseri os captadores (HH777 Hellbucker na ponte e HH777 Realbucker no braço), ambos preto/amarelo....para combinar com as listras. Knob de volume amarelo e chave de 3 posições. Bem simples!
Introduzi a ponte da Wilkinson (preta) na cavidade e montei a parte elétrica interna.
O escudo preto perolado ficou bom, mas senti falta de algo....resolvi então fazer a mesma coisa que fiz no corpo - colocar listras no escudo....mas criando um contraste: corpo amarelo com listras pretas, porém escudo preto com listras amarelas!!!
Para tal, comprei uma fita amarela de PVC para demarcação de solo e "me matei" cortando a dita cuja com um estilete de responsa...Logo mais abaixo, vocês poderão checar como ficou.
Posteriormente, o braço veio da pintura e estava com a cor alterada com relação a cor do corpo, mas sem problemas...mais contraste não faz mal nenhum....E o logotipo "vazou" ....ou seja, não ficou muito bom, mas "vamo que vamo"....
Coloquei um nut da Graphtech, excelente por sinal...fácil de instalar e muito prático!
Vista do corpo montado com as cordas. O contraste das listras do corpo com as listras do escudo chama a atenção. É rebuscado, mas produz um efeito de profundidade...de dimensão...
No início achei um exagero....mas aos poucos...fui acostumando....
Olha a guitarra montada: corpo de poplar, braço de marfim costeiro tipo extra (bem rígido, sêco e na radial), escala de cabreúva na radial bem escura (parece um ébano), captadores HH777, volume, chave de 3 posições, jack, ponte Wilkinson VS, tarraxas Wilkinson Ezy Lock, nut Graphtech, straplock Schaller e tensor Gotoh.
Bom, o captador da ponte está com o imã fraco. Vou pedir para que me mandem outro igual. O ganho do referido está mais baixo que o do braço. Mas é um detalhe bem simples de resolver com a substituição...acontece nas melhores famílias...(até pensei em substituir o imã, mas essa peça precisa voltar a fábrica para ser contabilizada e checada - em termos de controle de qualidade...mas já vou avisando que os HH777sss apresentam baixíssimo índice de defeitos...pelo menos comigo, este é o primeiro em 8 anos de parceria).
Coloquei cordas DR .010 Tite Fit...e antes da montagem final...fiz um nivelamento de trastes bem sutil. Em termos de tocabilidade, achei satisfatório. O tremolo não desafina as cordas e os timbres estavam muito bons ( apesar do captador da ponte estar avariado)...
Não tirei muitas fotos do processo e nem as quis colocá las aqui em grande quantidade! Pela simples razão de ser um instrumento a lá Frankenstein, achei que uma versão mais resumida seria melhor....
Na próxima, vou colocar detalhes e fotos de um contrabaixo que reformei...
Valews!

2 comentários:

Lucas Caracik disse...

Grande Henry!

Essa guita ficou sensacional! O som dos HH777 eu já conhecia (e curto pra caramba), mas esse visual fechou o projeto brilhantemente!

Abração!

Anônimo disse...

Chegou o livro mais polêmico e revelador dos últimos tempos!
= O POMO DE OURO =
Sinopse: Henrique foi instruído nos mistérios da Maçonaria desde criança e tornou-se um bom Mestre Maçom. Entretanto, por ocasião dos atentados ao World Trade Center, no dia 11 de setembro de 2001, Henrique descobriu coisas tão perturbadoras que fizeram ele se afastar da Maçonaria e isolar-se do mundo, até que sua amiga Eva Cristina foi procurá-lo para ajudá-la a decifrar um código que o pai dela havia deixado numa carta antes de falecer em suas explorações arqueológicas. A partir daí, Henrique se vê obrigado a usar de seus conhecimentos secretos da Maçonaria para ajudar Eva a encontrar e devolver a quem de direito um objeto do qual depende o futuro da humanidade: o pomo de ouro.

Com uma narrativa dinâmica e envolvente para uma trama repleta de mistério, aventura e reviravoltas, o leitor é apresentado a uma série de contradições envolvendo os atentados de 11 de setembro, se torna conhecedor das mentiras da Igreja Católica e dos mais finos mistérios da Maçonaria, além de ficar a par da interpretação contundente de um conjunto de profecias que parece estar se concretizando a todo o momento em nosso tempo.

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